Avelino Neto
Continuarão presos na Bolívia os três homens que na quarta-feira (25) furtaram de um hangar no aeroporto de Varzea Grande, Mato Grosso o avião pertencente à TV Centro América, mas na tarde do dia 26 caíram em uma fazenda na Bolívia. A Polícia federal tentou repatria-los, mas as autoridades da Bolívia alegam que primeiro deverão ser julgados naquele País.
Estão presos o chileno David Alejandro Ramirez Oyerce (39), e os brasileiros Bruno Alencar Wachekowski (19) e Thiago Rodriguez de Souza (31), recolhidos preventivamente no Presídio de Palmasola, em Santa Cruz de la Sierra. Conforme a Polícia Federal, a polícia boliviana decidiu indiciar os três suspeitos por roubo agravado e eles devem ser julgados pela Justiça daquele país.
Segundo o delegado da Polícia Federal, Sérgio Macedo, “A polícia boliviana decidiu que os três também cometeram crime lá e devem responder por roubo agravado, que é o crime que se enquadra na legislação boliviana. Durante a condução do inquérito ou após o julgamento, deveremos pedir a extradição deles, para que cumpram a pena aqui”, conclui.
De acordo com as investigações da PF, é provável que o avião, modelo Cessna C210 e prefixo PT-JKX, seria utilizado para o tráfico internacional de drogas. “Um modelo desse pode transportar de 300 kg a 500 quilos”, afirmou o delegado. A Polícia Federal teve acesso aos depoimentos verbais dos três acusados e descobriu que o chileno era o piloto da aeronave no momento da queda.
Segundo o delegado, um dos brasileiros era quem mantinha contato com os responsáveis por encomendar o furto e o outro brasileiro também era piloto, mas atuou apenas no momento da decolagem. “Ele fez apenas a ‘fonia’, o contato entre a aeronave e a torre de controle, para garantir a saída do avião do hangar e a decolagem, sem gerar suspeitas”, explicou. A PF não descarta que mais pessoas estejam envolvidas no furto da aeronave, o que está sendo investigado.
O furto
Ao furtarem a aeronave, os ladrões levaram as câmeras de segurança do hangar, segundo a polícia, mas os três foram reconhecidos pela PF através de câmeras de segurança instaladas no aeroporto, que permitiram aos policiais identificarem o táxi usado pelos suspeitos para chegarem ao hangar. A polícia também descobriu que um dos envolvidos havia se hospedado em um hotel em Cuiabá dois dias antes do furto, onde se encontrou com os comparsas.
Pelo plano de voo, o destino da aeronave seria Cáceres, a 220 km de Cuiabá, na região de fronteira com a Bolívia. No entanto, o Cessna 210 caiu em uma fazenda localizada a 30 km de San Javier, na região de Santa Cruz de la Sierra. Na queda, um dos brasileiros chegou a sofrer ferimento no maxilar, segundo a PF, e os três foram encaminhados para um hospital e, em seguida, para a polícia.