Os especialistas apontam que cerca de 95% do fogo atual no bioma é causado pela ação humana, sendo proposital ou não. Estas ações vão de uma simples bituca de cigarro jogada distraidamente de veículo transitando a Br, até queimadas propositais de pastagens e queima de vegetação nativa para abertura de novas pastagens.
Para Angelo Rabelo do Instituto do Homem Pantaneiro pequenas ações como a extração de mel, podem provocar grandes tragédias para a fauna e flora pantaneira. “Lamentavelmente não há como responsabilizar ações humanas pequenas, como ações como extração de mel ou queima de pequenas folhas. E as condições climáticas como umidade baixa, alta temperatura e, principalmente, o vento forte, contribui para que o fogo se propague em uma velocidade assustadora”.
Para Rabelo as áreas queimadas em 2020 foram atingidas por novos incêndios neste ano o que provoca um impacto muito grande nessas áreas, pois estavam em estágio de recuperação do incêndio sofrido a menos de dois anos.
“Essas áreas estavam em processo de restauração e foram fulminadas mais uma vez. Isso é um impacto bastante significativo na biodiversidade, porque eram áreas ainda em recuperação. Eram árvores que ainda estavam brotando e espécies que estavam se restabelecendo no território.” Lamentou.
Impactos também na população
O atual cenário do Pantanal compromete a saúde de famílias da região. Entre as principais afetadas estão aquelas que vivem em Corumbá (MS), onde mais de 95% da área total da cidade faz parte do Pantanal.
A estiagem e a seca têm intensificado os incêndios e a intoxicação pela fumaça está comprometendo a saúde das famílias ribeirinhas de Corumbá. Nesta semana a cidade de Corumbá foi coberta por fumaça.
Uma escola ribeirinha, de pouco mais de 50 alunos da região, chegou a suspender as aulas por causa do fogo e uma ponte de madeira foi destruída pelo fogo.
Governo tem investido no combate e prevenção de incêndios no Pantanal
O governo do estado de Mato Grosso do Sul investiu 50 milhões para prevenir e combater esses incêndios, cerca de 13 bases avançadas de combate a incêndios foram criadas no Pantanal. O corpo de Bombeiros Militar e os Brigadistas tem trabalhado incessantemente contra as queimadas, a polícia militar através da Coordenadoria de Policiamento Aéreo tem auxiliado o Grupamento de Ações Aéreas do Corpo de Bombeiros.
As embarcações tem percorrido as margens dos principais rios do Pantanal atuando no combate a focos que surgem diuturnamente, ainda assim as queimadas tem se alastrado. A estiagem, o tempo seco e a ação humana, voluntaria ou não, tem contribuído para que o Pantanal arda em chamas nos últimos dias.
