Mesmo com o aumento da circulação do vírus da febre amarela no Brasil em 2025, Mato Grosso do Sul mantém o controle da doença, sem registrar nenhum caso humano confirmado desde 2015. Esse resultado é reflexo das ações contínuas de vigilância e do avanço da cobertura vacinal no estado.
Em 2024, a cobertura vacinal contra a febre amarela atingiu 86% da população, o melhor índice dos últimos cinco anos, embora ainda abaixo da meta de 90% recomendada pelo Ministério da Saúde.
Entre 2020 e maio de 2025, foram notificados 42 casos suspeitos da doença em 20 municípios sul-mato-grossenses, todos descartados após investigação laboratorial.
“Esse monitoramento contínuo é fundamental para manter o controle da doença no estado”, afirma Jéssica Klener, gerente de Doenças Endêmicas da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Ela reforça a importância da vigilância ativa, especialmente nas regiões de fronteira, como Corumbá e Ponta Porã.
Alerta nacional: aumento de casos nas Américas
A febre amarela voltou a chamar atenção em 2025, com mais de 220 casos confirmados e 89 mortes nas Américas até o final de maio — um aumento de mais de 800% em comparação com 2024, segundo a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde).
A maioria das pessoas infectadas não havia sido vacinada, o que reforça a importância da imunização como principal forma de proteção.
“A vacina é segura, gratuita e essencial. Embora estejamos avançando na cobertura, ainda não atingimos a meta ideal. A população precisa se proteger”, destaca Frederico Moraes, gerente de Imunização da SES.
Quem deve se vacinar?
A vacina contra a febre amarela é recomendada para pessoas de 9 meses a 59 anos. Quem ainda não foi imunizado deve procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima para atualizar a caderneta, conforme o calendário do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
A imunização garante proteção vitalícia, ou seja, uma única dose é suficiente para proteger durante toda a vida.
Outras ações de prevenção
Além da vacinação, o estado mantém um conjunto de medidas preventivas, como:
Vigilância entomológica (monitoramento de mosquitos vetores)
Monitoramento de epizootias (casos de adoecimento ou morte de primatas não humanos – PNH)
Capacitação de municípios para notificação rápida de casos suspeitos
“A vigilância epidemiológica tem como objetivo detectar precocemente a presença do vírus e adotar medidas imediatas para evitar surtos, tanto no ciclo silvestre quanto no urbano”, explica Melissa Amin, da Gerência de Zoonoses da SES.
Importância da educação em saúde
A SES também desenvolve ações educativas para conscientizar a população sobre os riscos e a prevenção da febre amarela.
“Educar é uma das formas mais eficazes de prevenir. Trabalhamos para combater mitos, como a falsa ideia de que os primatas transmitem a doença. Na verdade, eles são sentinelas, e nos ajudam a identificar a circulação do vírus”, afirma Danila Frias, Coordenadora de Saúde Única da SES.
Primatas doentes ou mortos devem ser comunicados imediatamente às autoridades sanitárias. Sinais como lentidão, isolamento, perda de apetite e desnutrição podem indicar que o animal está infectado.
Sintomas e orientação médica
A febre amarela é uma doença infecciosa aguda, transmitida por mosquitos. Os principais sintomas são:
Febre súbita
Dores no corpo e nas costas
Calafrios
Náuseas e vômitos
Fadiga e fraqueza
Nos casos graves, pode haver complicações fatais. Ao perceber os sinais, procure imediatamente uma Unidade Básica de Saúde.
Resumo: Proteja-se contra a febre amarela
💉 Vacine-se: uma dose é suficiente para a vida toda
📍 Procure a UBS mais próxima se ainda não foi imunizado
🐒 Notifique casos de primatas doentes ou mortos
🌍 Combata a desinformação: os macacos não transmitem a doença
Juntos, podemos manter Mato Grosso do Sul livre da febre amarela!