Gazeta Esportiva/JB
Com muita facilidade desde os primeiros segundos de partida, o Santos venceu o São Paulo por 3 a 1 novamente e se garantiu na grande decisão da Copa do Brasil de 2015, que será disputada em dois jogos, dias 25 de novembro e 2 de dezembro, com o gol fora de casa não usado como critério de desempate. O rival será o Palmeiras, que eliminou o Fluminense nos pênaltis, no Allianz Parque.
Sem ninguém para lhe incomodar, Lucas Lima ‘flutuou’ pelo gramado da Vila. O camisa 20 mostrou todo seu talento que o tem feito jogador de Seleção Brasileira, principalmente na etapa inicial. O meia aparecia na direita, na esquerda, infiltrava na área e atormentava seus marcadores, sempre atrasados na jogada.
Tanto espaço não seria desperdiçado pelo Peixe, que nesta quarta alcançou sua 14ª vitória seguida na Baixada Santista. Antes mesmo da primeira volta do relógio, Gabriel quase marcou, após falha de Lyanco, aposta de Doriva na vaga do contestado Luiz Eduardo. Mantendo o ritmo forte, não demorou para o Santos abrir o placar. Aos 11, Lucas Lima fez linda invertida para Gabriel, que cruzou de trivela para Ricardo Oliveira atingir 34 gols na temporada e ampliar a vantagem santista no confronto pela Copa do Brasil.
Cheio de homens de frente, o São Paulo era inofensivo e muitas vezes displicente no ataque, sem contar o nítido desentrosamento perante a um esquema ‘suicida’. Vanderlei ainda evitou o que seria um gol contra de Gustavo Henrique, depois de cobrança de falta, mas o time da casa queria mais.
A jogada do primeiro gol e tão eficiente diante do Corinthians, em Itaquera, pelas quartas de final, era a arma mortal. Saída rápida pelas beiradas e bola invertida para pegar o atacante de frente para o gol, preparado só para escorar. Assim, Lucas Lima quase marcou depois de receber cruzamento de Ricardo Oliveira, aos 15. Mas aos 20 não teve quase. Novamente em contra-ataque, o meia alvinegro virou o jogo da esquerda para a direita e encontrou Marquinhos Gabriel, que resolveu variar. Com tempo para definir o lance, o atacante ajeitou a bola para o pé bom e mandou de canhota, cruzado, no ângulo de Rogério Ceni. Um golaço!
Sem tempo para respirar, três minutos depois, o São Paulo ainda não tinha percebido que estava prestes a ser goleado se continuasse jogando daquela forma. Então, Thiago Maia, que nada tem com isso, aproveitou nova bobeada do rival e ligou a bola em Lucas Lima. Rapidamente o lance se transformou em três jogadores do Peixe contra dois desesperados são-paulinos. Assim, o meia do Santos só precisou rolar para a área, onde estava Ricardo Oliveira e seu faro matador. 35º gol no ano do centroavante de 35 anos e 3 a 0 para o Peixe no placar da Vila.
Pouco depois, Marquinhos Gabriel acertou a trave de Rogério Ceni. O relógio não marcava nem meia hora de clássico e a torcida do Peixe já gritava “olé” a cada toque na bola, enquanto os poucos são-paulinos nas arquibancadas faziam um silêncio mórbido, sem qualquer esperança de uma reviravolta.
Doriva então resolveu agir. Mesmo que tardiamente, o treinador Tricolor sacou Luis Fabiano e colocou Wesley no jogo, em uma tentativa de povoar um pouco um meio campo e tentar obter mais posse de bola e ao menos brigar pelos rebotes. Mas a essa altura o Santos já administrava sua larga vantagem.
A etapa final do clássico começou com uma surpresa. Rogério Ceni, que deu adeus ao sonho de conquistar o único título que nunca vencera na carreira antes de sua aposentadoria, ficou no vestiário e Denis assumiu a meta Tricolor. A substituição não foi perdoada pelos torcedores do Peixe, que ironizaram: “Rogério amarelou”.
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