Camisão e Piraputanga: Grandes Promessas, Infraestrutura Precária
Projetos ambiciosos são anunciados para transformar Camisão e Piraputanga em polos turísticos de referência. Entre as propostas em andamento, destacam-se a implantação de um teleférico no Morro do Paxixi, a construção de um acesso estruturado ao mirante e a criação de um receptivo turístico. Essas iniciativas prometem impulsionar a economia local e atrair visitantes de todo o país.
No entanto, surge uma questão fundamental: como sustentar o turismo sem infraestrutura básica? Sem investimentos adequados em serviços essenciais, essas promessas podem se tornar apenas mais um conjunto de projetos frustrados. Afinal, como atrair turistas e investidores para uma região onde falta o essencial? De que adianta criar novos atrativos se a estrutura básica não acompanha esse crescimento?
Energia Instável e Água Escassa: Um Freio ao Desenvolvimento
Enquanto Camisão e Piraputanga ganham notoriedade como destinos turísticos, a precariedade da infraestrutura local revela um cenário de negligência inaceitável. No último sábado (08), moradores e visitantes enfrentaram novamente um problema crônico: um apagão que durou horas, causado pela queda de postes em uma região próxima a Piraputanga. O episódio escancarou a fragilidade da rede elétrica, que deveria ser robusta o suficiente para suportar o crescimento da região.
Esse, porém, não é um caso isolado. A população desses distritos já se acostumou – à força – com a instabilidade no fornecimento de energia. A falta de manutenção e investimentos se arrasta há anos, enquanto as autoridades permanecem inertes. Embora eventos naturais possam contribuir para falhas no sistema, a omissão no planejamento e a ausência de medidas preventivas agravam a situação. Os prejuízos recaem sobre comerciantes, moradores e turistas, que pagam caro por um serviço essencial falho e instável.
Se a energia oscila, a água simplesmente desaparece. Em Piraputanga, a falta d’água se tornou um drama cotidiano, agravado pelo crescimento do distrito. Restaurantes conhecidos por seus pratos à base de peixe, que deveriam ser um atrativo turístico, sofrem com cortes frequentes no abastecimento. O fluxo crescente de visitantes e moradores não foi acompanhado por melhorias na infraestrutura hídrica. O sistema de abastecimento permanece praticamente o mesmo de décadas atrás, incapaz de atender à demanda atual. O resultado? Moradores indignados, empresários prejudicados e turistas frustrados com a precariedade do serviço.
O Contraste Entre o Potencial e a Realidade
Camisão, por sua vez, enfrenta o mesmo cenário de abandono. Com paisagens naturais exuberantes, como a Serra de Maracaju e o Mirante do Paxixi, o distrito tem potencial para se tornar um dos principais polos turísticos da região. No entanto, a experiência dos visitantes é comprometida pelas constantes quedas de energia e escassez de água, freando o desenvolvimento local e penalizando a população.
A grande questão é: até quando essa situação será ignorada? O poder público precisa agir de forma concreta e imediata. Não basta esperar que concessionárias de energia e água tomem iniciativa; a administração municipal tem a obrigação de cobrar e garantir soluções. A Câmara Municipal e o Executivo precisam tratar essa pauta como prioridade, estabelecendo um planejamento sério para evitar que Camisão e Piraputanga continuem reféns da falta de infraestrutura.
O turismo pode ser uma poderosa alavanca econômica para Aquidauana, mas sem infraestrutura básica, qualquer crescimento será insustentável. O abandono de serviços essenciais não apenas prejudica os moradores, mas também desencoraja investimentos e mina o futuro da região.
Camisão e Piraputanga não precisam de promessas vazias, mas de ações efetivas. Belas paisagens, por si só, não sustentam um destino turístico. Se a infraestrutura não acompanhar esse crescimento, o potencial turístico será desperdiçado e a população continuará sofrendo as consequências do descaso.
Essa situação foi um dos temas do programa Nova Notícias, apresentado diariamente por Dani Silva e Iramar Ferreira. Durante a edição desta segunda-feira, Iramar Ferreira denunciou o abandono dos distritos em relação à infraestrutura básica, destacando os desafios enfrentados por moradores e comerciantes. A cobrança da sociedade já começou – agora, resta saber quando as autoridades agirão.
