Vacinação contra H1N1 prorrogada para grávidas e crianças em MS

Mesmo com a incidência da doença em municípios de Mato Grosso do Sul como Naviraí, Rio Brilhante e Campo Grande, a campanha de vacinação contra a gripe H1N1 terminou sexta-feira (20) em todo o país. Segundo informações da SES (Secretaria Estadual de Saúde), a vacinação contra a gripe H1N1 será prorrogada no Estado para grávidas e crianças até 2 anos. O Ministério da Saúde enviou 722.200 doses da vacina para o estado, que distribuiu entre os municípios.

A primeira informação divulgada pela Secretaria Estadual de Saúde era de que a prorrogação estava descartada, mas a nova informação foi confirmada posteriormente.  Para grávidas, as vacinas contra a gripe A ficarão disponíveis até novembro e para crianças até 2 anos o prazo é 30 de junho. As doses estão em estoque e pertencem ao mesmo lote das 722.000 vacinas recebidas do Ministério da Saúde no começo da campanha. Não há previsão de repasse de mais unidades.

Muita gente procurou as unidades de saúde na sexta-feira (20), última dia da Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza (H2N3, Influenza A (H1N1). Como, geralmente, o brasileiro tem o hábito de deixar tudo para a última hora, os postos ficaram lotados. A grande procura no último dia da campanha foi justificada pelo receio de contrair a doença, sem ser imunizada e a desinformação também com relação a continuidade da vacinação.

Filas se formaram na frente das unidades e as pessoas tiveram que ter paciência para se receber a dose da vacina. O Posto de Saúde 26 de Agosto estava cheio e o posto do Coronel Antonino, localizado na região Norte, um dos mais procurados, diariamente, também estava lotado pelas pessoas em busca de ser vacinado e se prevenir.

Em Campo Grande, a (Sesau) Secretaria Municipal de Saúde Pública informou que as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF) têm vacinas em estoque e atendem das 8h às 17h, com intervalo para almoço. Até o dia 12 de maio, a vacinação tinha alcançado 69,74% da meta para o município.

A Sesau informou que as vacinas permanecem nas unidades de saúde. Na rede pública, a vacinação contra influenza é destinada a alguns grupos prioritários: crianças de 6 meses a 5 anos, gestantes, idosos, profissionais da saúde, povos indígenas e pessoas portadoras de doenças crônicas e outras doenças que comprometam a imunidade. Os demais interessados devem procurar pelas vacinas na rede particular.

ANTECIPAÇÃO

Segundo Lucia Bricks, diretora médica de Influenza na América Latina da Sanofi Pasteur, houve uma antecipação da temporada de gripe no Brasil. “O esperado para seria ter o pico de casos no mês de julho. O que está acontecendo neste momento é uma antecipação de circulação do H1N1”, afirma a médica.

Especialistas discutem várias hipóteses que podem explicar a antecipação da chegada do vírus, que vão desde fatores climáticos até o aumento de viagens internacionais que podem ter trazido o H1N1 que circulava no hemisfério norte.

Quais são os sintomas do H1N1?

A gripe – tanto a H1N1 quanto a H3N2 ou a Influenza B – tem como sintomas febre alta e súbita, tosse, dor de garganta, dor no corpo, dor nas articulações e dor de cabeça. No caso do H1N1, um sintoma que chama a atenção é a falta de ar e o cansaço excessivo.

É importante distinguir a gripe do resfriado comum, que é muito mais leve, com sintomas menos graves como coriza, mal estar, dor de cabeça e febre baixa.

Como é o tratamento do H1N1?

O tratamento inclui boa hidratação, repouso e uso do antiviral específico, prescrito pelo médico. Um deles é o Oseltamivir (mais conhecido pela marca Tamiflu), distribuído pela rede pública para hospitais e unidades básicas de saúde.

Trata-se de um antiviral específico contra o vírus Influenza, indicado para pessoas com maior risco de desenvolver complicações. É importante que o paciente consiga tomar a medicação nas primeiras 48 horas do início dos sintomas, para que a eficácia seja maior. O tratamento também pode envolver o uso de analgésicos para aliviar os sintomas.

Números

Segundo informações da SES, 19 pessoas morreram por H1N1 no Estado, sendo seis somente na última semana. Em Naviraí, quatro pessoas já morreram e a população está com medo. Na capital, ainda foram confirmados quatro casos de influenza B e o primeiro do estado de H3N2. Inclusive, um adolescente de 14 anos morreu no dia 12 de abril por influenza B.

A Secretaria de Saúde investiga outras 373 suspeitas de H1N1. A SES monitora isolamento de 271 pessoas com suspeita de H1N1, 8 por H3N2 e 10 por influenza B.

CASOS

Em Campo Grande, um professor de 57 anos, lecionava na Escola Amélio de Carvalho Baís, localizada no bairro Coophatrabalho, morreu por H1N1. A direção da escola decretou luto e não houve aulas durante no dia. Pais de alunos estão apreensivos e os alunos estão sendo orientados a comprar álcool em gel, além de evitar aglomeração e não ir na escola, caso a criança esteja com gripe.

Em Naviraí, a rotina dos moradores não é mais a mesma desde que três mortes ocorreram em decorrência da incidência de gripe H1N1, semana passada. A cidade vive uma espécie de “toque de recolher”, depois da confirmação das mortes e investigação de novos casos que ocorreram no município.

Além das mortes, 40 casos estão em investigação e o medo de uma epidemia é iminente no município de 51.535 habitantes. Para evitar o contágio da doença, os moradores passaram a usar máscaras cirúrgicas, enquanto o hospital municipal proibiu visitas por 20 dias e o juiz do município suspendeu audiências, mas depois a decisão foi revogada pelo Conselho da Magistratura.