A adolescente de 14 anos, mãe da criança que morreu na madrugada desta segunda-feira (3), em Aquidauana, foi vítima de um ciclo de violência. Ele começou quando ela foi estuprada, aos 11 anos de idade, e terminou com a perda trágica do filho, aos 2 anos de vida. Se é que terminou. A jovem chegou a ser ameaçada pelo “ex”, pai do menino, com quem ainda conviveu em união estável por cerca de três anos.

Esse ciclo começa em 2020, ano em que a menina manteve relacionamento amoroso e engravidou do rapaz, à época com 21 anos. Apesar de a garota acreditar ter uma relação consentida com o jovem, o que a lei não permite, ele acabou denunciado pelo crime de estupro contra vulnerável. O artigo 217-A da Lei 12.015/2009 considera crime “ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos”.

Dessa forma, segundo a Polícia Civil, houve registro do boletim de ocorrência, sendo instaurado inquérito policial e o rapaz indiciado pelo crime. No mesmo ano, foi relatado e encaminhado ao Poder Judiciário.

A menina e o rapaz, contudo, continuaram o relacionamento e, inclusive, namoravam com o consentimento da mãe da garota. Na época, a mãe disse que permitiu porque a filha implorou e, caso contrário, iria fugir de casa. A adolescente, então, ganhou o bebê quando tinha 12 anos.

Não há informações sobre quando o casal se separou, mas a partir de então, a relação passou a ser conturbada. Há cerca de um mês, a jovem procurou uma delegacia de polícia, onde registrou boletim de ameaça.

No relato, afirma que deixou o menino de 2 anos com o pai e na ocasião, eles discutiram. O autor dizia para ela tomar cuidado por onde andava, porque havia mandado “uns caras” cuidarem a jovem. A adolescente também contou que, em determinado dia, estava caminhando com os amigos, quando encontrou o ex e cobrou a pensão. Ele, então, respondeu que a jovem só pensava em dinheiro e estava gastando com ela, novamente fazendo ameaças.

Entenda – A história da adolescente de 14 anos só veio à tona após a morte do menino de 2 anos, filho dela, na madrugada deste dia 3 de abril. O bebê deu entrada no Hospital Regional de Aquidauana já em rigidez cadavérica (quando a morte aconteceu horas antes) e o caso passou a ser investigado pela polícia.

Assustada, a adolescente apresentou três versões para justificar o óbito do filho. Em uma primeira, registrada em boletim de ocorrência e noticiada pelo Campo Grande News, ela contou que a tia já tinha entregue o bebê “frio” por volta das 3 horas desta segunda. Depois, contou outras duas histórias, uma delas de que o bebê poderia ter engasgado durante a noite com leite ou bolacha, alimentos dados por ela ao filho antes que ele dormisse.

Exame concluiu que a criança morreu de causas naturais, por um colapso no coração, mas a polícia aguarda outros laudos que irão apontar o que, de fato, causou a condição fatal. O garotinho não foi vítima de violência física e também não morreu engasgado. Uma das possibilidades é que quadro de desnutrição severa possa ter evoluído mal. O choque cardiogênico agudo (quando o coração perde a capacidade de bombear sangue) pode ainda ser consequência de doença cardíaca preexistente não diagnosticada ou septicemia (infecção generalizada).

Nesta manhã, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul informou que estão sendo feitas diligências “para apurar se houve algum tipo de negligência por parte da mãe da criança ou outro familiar e para saber com quem a mãe deixou a criança de fato”.

Fonte: Campo Grande News

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