O médico Quelvin Ribeiro, que agrediu com um soco o pai de um paciente dentro do pronto-socorro do Hospital Regional de Aquidauana, durante atendimento a vítima de acidente no último sábado (08), continua trabalhando normalmente, segundo informações da direção da Unidade de Saúde.
Procurada pela reportagem, a diretora do Hospital, Claudia Arruda Nascimento, informou que o profissional continua com seus plantões normalmente, mesmo o médico agredindo um cidadão durante seu plantão dentro do local. Ela alega que Quelvin apenas se defendeu, já que o pai do jovem que foi hospitalizado, Nivaldo Barros de Oliveira, 44 anos, teria agredido o médico primeiro e que as imagens das câmeras do circuito de segurança teriam flagrado o ocorrido. Justificativa esta, da postura do médico plantonista, infundada pela gestora. Já as fontes policiais ouvidas pelo JNE informaram que, pelas imagens cedidas, não é possível ver o médico sendo agredido, apenas discussões verbais.
Nivaldo nega que tenha agredido Quelvin fisicamente e assume que o agrediu verbalmente, já que, segundo ele, ficou muito nervoso ao ver o filho todo machucado e com fortes dores por conta de uma acidente de motocicleta.
A confusão
Nivaldo contou ao JNE que foi agredido com um soco no nariz por um médico no pronto-socorro do Hospital de Aquidauana, durante atendimento ao seu filho, que foi vítima de acidente de trânsito, na noite do último sábado (08).
O homem relatou à reportagem que teve conhecimento do acidente e que seu filho havia sido levado para o Hospital da cidade. De imediato ele foi até o local e se assustou ao ver o jovem na maca e se queixando de dores, então, segundo ele, começou a questionar o médico, mas que em nenhum momento o agrediu.
“Eu estava muito nervoso ao ver meu filho chorando de dores, fiquei alterado sim, mas não levantei um dedo para o médico, eu fiz questionamentos de pai para ele, mas o médico disse que eu o agredi verbalmente e me deu um soco no nariz e me derrubou”, contou Nivaldo.
O homem conta que quando a esposa e a filha tiveram conhecimento do que estava acontecendo dentro do pronto-socorro, tentaram entrar para socorre-lo, mas foram impedidas. “Depois de muita insistência, elas conseguiram entrar, mas aí chamaram a Polícia Militar para nossa família”, disse.
Nivaldo disse que se sentiu humilhado com a situação, já que a equipe médica deveria entender seu nervosismo ao ver seu filho acidentado e gritando por conta das fortes dores. “Eu fui praticamente espancado, posso ter errado em agredi-lo verbalmente, mas isso não justifica ele ter me batido, eu estava apavorado com medo de perder meu filho, esperava acolhimento e não um soco na cara”, desabafou.
Já no boletim de ocorrência no qual a reportagem teve acesso, o médico alega que o pai não concordava com o que ouvia sobre o atendimento do filho e começou a se exaltar e a xingá-lo, de maneira a desprestigiá-lo e desrespeitá-lo e, mesmo com tentativas de tentar mantê-lo calmo, ele partiu pra cima do médico que, em instinto de defesa, desferiu um soco na face de Nivaldo. Este soco provocou uma lesão que resultou em sangramento nasal. Após isso, Nivaldo foi retirado do recinto e permaneceu do lado de fora até a chegada da Polícia Militar.
Nivaldo nega que tenha agredido o médico fisicamente e disse que irá denuncia-lo no Conselho Regional de Medicina (CRM), na ouvidoria da Secretaria Municipal de Saúde e também irá denunciar o atendimento ao prefeito de Aquidauana, já que o Hospital está sob intervenção municipal, ou seja, responsabilidade do município.